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Adaptabilidade e Comunicação não Violenta na Gestão de Projetos

Tempo de leitura: 6 minutos

Uma equipe capacitada tanto tecnicamente quanto emocionalmente é fator de sucesso para uma boa execução do projeto. Sabemos que grande parte dos problemas em projetos são causados por falhas ou problemas de comunicação. Aspectos técnicos, como um bom cronograma e um plano de ação são tangíveis, dão a direção, mas como organizar um ambiente que motive as pessoas a executar suas atribuições? O Gerente de Projetos pode utilizar práticas de Comunicação violenta para potencializar a adaptabilidade dos membros de sua equipe e aumentar as chances de sucesso do projeto. Vamos entender como?

O que é Adaptabilidade?

A adaptabilidade é a capacidade de se adaptar diante de novos cenários ou transformações. Nada mais necessário em momentos turbulentos como os que estamos vivendo. Sabemos que é difícil conviver com a incerteza quanto ao futuro. No entanto, é certo que as mudanças virão. Diante das mudanças, é comum que nossa primeira reação seja o questionamento, o medo ou até certa resistência para aceitar o novo. Entretanto, cabe a cada um decidir se vai enfrentar o novo cenário de forma negativa e contrária, simplesmente se conformar ou tirar proveito da situação.

Ao desenvolvemos a adaptabilidade, somos capazes não apenas de aceitar as mudanças, mas também de aprender com as mesmas e enxergar seus pontos positivos.

Comunicação Não Violenta, que raios é isso?

Criada por Marshall B. Rosenberg e uma equipe pesquisadores internacional, a Comunicação não violenta, ou CNV, apoia o estabelecimento de parcerias em que predominem o acordo e a cooperação pautadas em comunicação empática. Falamos um pouco sobre como a CNV pode apoiar a comunicação do Escritório de Projetos com o Gerente de Projetos neste artigo. Detalhamos os pilares da CNV:

  1. Observação (em vez de Julgamento)
  2. Sentimentos (em vez de Avaliações)
  3. Necessidades (em vez de Estratégias)
  4. Pedidos (em vez de Ordens)

O que a CNV não é?

  • Uma forma de fugir de conflitos
  • Uma estratégia para conseguir que outros atendam a seu pedido
  • Uma maneira de se expressar de forma “fofinha”
  • Uma técnica linear e facilmente aplicada a todos os contextos
  • Um modelo genérico para tratar as pessoas
  • Um sinônimo de empatia
  • Uma forma de se colocar no lugar do outro

Agora, vamos entender como o Gerente de Projetos pode se beneficiar com a aplicação dos pilares acima citados.

Potencializando a adaptabilidade da equipe com práticas de CNV

Um Gerente de Projetos capacitado em práticas de CNV faz observações sobre o comportamento da equipe e sobre o andamento do projeto sem julgamentos ou sem a preocupação de encontrar culpados. Esta postura permite separar as pessoas do problema e facilita a resolução da situação.

Após a observação, o gerente pode identificar seus os sentimentos em relação ao fato observado. Saber expressar esses sentimentos é importante Pode ser comum, neste momento, o gerente se sentir:

Zangado, angustiado, incomodado, ansioso, apreensivo, estimulado, desnorteado, preocupado, confuso, irritado, desesperado, desanimado, insatisfeito, desapontado, consternado, inquieto, aflito, perturbado, nervoso, exausto, com medo, amedrontado, frustrado, furioso, impaciente, irado, irritado, nervoso, pessimista, intrigado, inquieto, instável, chocado, cético, perplexo, surpreso, desconfortável, incomodado, contrariado, nervoso, preocupado, dentre outros sentimentos. Vida dura a de Gerente de Projetos. Exemplos?

  • Nervoso com cobranças que o patrocinador pode fazer .
  • Com medo de ter sua imagem arranhada.
  • Preocupado em não cumprir o acordado com a diretoria
  • Incomodado em poder ser deposto do cargo de GP
  • Receoso em poder não conseguir mais emprego.
  • Medo de estourar os custos do projeto.

Estes sentimentos refletem uma necessidade do gerente que pode ter sido afetada:

  • Cumprir prazos e custos do projeto
  • Atender as expectativas do patrocinador
  • Sentir-se realizado com o cargo de Gerente de Projetos
  • Mostrar-se capaz para a diretoria da empresa.

Explodir?

Hora de explodir e criticar a equipe? Não. Hora de fazer pedidos para colocar o projeto de volta aos trilhos, expressando os sentimentos em relação aos fatos observados e fazendo com que a equipe “jogue” o mesmo jogo. Importante conectar-se de forma empática com a equipe e fazer os pedidos corretos, apresentando a situação sem fazer julgamentos ou ataques pessoais. Pratique a Comunicação Não Violenta em seus projetos e aumente a confiança da equipe. Uma equipe mais confiante tem maior capacidade de se adaptar diante de novos cenários ou transformações.

Ponto chave: Foque nas pessoas, de verdade

Entenda que cada membro de sua equipe possui um histórico, premissas pressupostos e crenças. Cada membro reage de uma forma durante os episódios de comunicação. Cada um compreende o mundo e possui sua própria bagagem que o permite avaliar sob sua ótica/lente. Abra o coração e tenha presença ao se comunicar com cada membro de sua equipe.

Novamente, o que move as pessoas em direção a um objetivo é invisível. Chame de Soft Skills, relacionamento, comunicação, ou qualquer outra denominação. Somente não esqueça que pessoas executam projetos, cuide bem delas! Pessoas em um ambiente com boa comunicação são mais felizes e conseguem desempenhar melhor suas atividades. Porta aberta para a inovação?

Alguns desafios da aplicação da CNV em projetos:

  • Assumir ninguém quer te prejudicar. Motivo de conflitos. Pessoas diferentes. Ou abraçamos a visão de que ninguém quer me prejudicar, ou não consigo avançar. Todas a estratégias de ação ou comportamentos trágicos, anti-éticos ou violentos são realizadas para atender uma ou mais necessidade da pessoa agressora que certamente não estão sendo atendidas.
  • Assumir que você é o único responsável pelos seus sentimentos! Assim como sou responsável por suas ações, como já falamos aqui.
  • Entender que todos compartilhamos necessidades universais. Necessidades essas que são deixadas de lado em um ambiente empresarial que presa pela busca de resultados e cega os líderes em entender estas necessidades de sua equipe. Ah, vamos a uma breve lista de necessidades universais: Aceitação, Apreciação, Proximidade, Segurança emocional, Empatia, Honestidade, Amor, Reconforto, Confiança, Compreensão
  • Privilegiar o Diálogo em relação ao Debate. Em um debate, os participantes não consideram a opinião do outro e buscam sempre “defender” seu ponto de vista. Em um diálogo, a presença da empatia permite uma abertura de horizontes para todos os envolvidos.

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