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Desde a década de 1960, o PMI (Project Management Institute) vem envidando esforços para profissionalizar o gerenciamento de projetos, esforço representado de forma muito emblemática pelo seu guia PMBoK (Project Management Body of Knowledge). Reunindo as melhores práticas em gerenciamento de projetos, o PMBoK dá uma visão estruturada dos processos e das áreas de conhecimento envolvidos nesta disciplina.
Em alguns casos, entretanto, as práticas recomendadas pelo PMBoK parecem engessar o andamento do projeto, causando a impressão em alguns clientes de que o trabalho, por mais que possa estar correndo bem, não está dando resultados. Na era da Internet isso pareceu ganhar ainda mais destaque, quando o surgimento de metodologias ágeis adaptou o gerenciamento de projetos ao dinamismo esperado na materialização de muitos conceitos surgidos em decorrência dessa nova plataforma de comunicação mundial.
Entregas sucessivas
Ao contrário da visão longa e linear apresentada no PMBoK, com um horizonte distante e onde um produto é entregue ao final do projeto, as metodologias ágeis se propõem a envolver o cliente no andamento do projeto para rapidamente entregar um conjunto mínimo de funcionalidades que já agregue valor. Embora o PMBoK conte com conceitos como o planejamento em ondas, onde sucessivas rodadas de planejamento e execução se sucedem, como subprojetos de um projeto maior, a ótica ainda é diferente. Enquanto nas metodologias ágeis o projeto vai disponibilizando entregas sucessivas (que não são entregas intermediárias), nas metodologias mais tradicionais a entrega ocorre somente ao final do projeto ou etapa.
Para certos clientes, isso tem um impacto direto no atendimento às suas expectativas. Com as entregas ocorrendo ao longo do projeto, gerando percepção de valor ao cliente, o projeto vai alcançando um sucesso progressivo, diferentemente do que ocorre nas metodologias mais tradicionais, onde o sucesso é verificado apenas no final do projeto.
Além da questão das entregas, as metodologias ágeis costumam envolver mais os clientes. Esse é um ponto muito importante, pois as dificuldades encontradas são compartilhadas com eles, facilitando a resolução rápida e da forma mais satisfatória possível. De maneira geral, os cliente são mais colaborativos em projetos ágeis.
Flexibilidade e custos controlados
Outro ponto muito importante diz respeito às mudanças em projetos. Mudanças sempre ocorrem, quer gostem os mais conservadores ou não. Porém, enquanto nas metodologias tradicionais a mudança é encarada com certo receio, e obedece um rito estrito para correr, nas metodologias ágeis a mudança é bem-vinda e se acomoda facilmente nas diversas iterações (ou sprints) do projeto. Isso confere uma maior flexibilidade aos projetos conduzidos com uma metodologia ágil.
Também cabe um importante destaque à forma como os custos são gerenciados nas metodologias ágeis. A cada sprint, o cliente pode optar por priorizar a seguir os objetivos que, de acordo com sua percepção, irão trazer um maior retorno. Dessa forma, os métodos ágeis permitem que os projetos alcancem um certo grau de auto-financiamento, o que não ocorre em projetos conduzidos por metodologias mais tradicionais.
Não se pode deixar de ponderar, entretanto, que nem todos os projetos são passíveis de serem executados com metodologias ágeis, que foram criadas tendo em vista o desenvolvimento de software. A disciplina de gerenciamento de projetos é muito mais ampla do que apenas projetos de tecnologia, e por esse motivo, não se deve adotar uma visão de que as metodologias ágeis resolvem todos os problemas.
A seleção de uma ferramenta de gerenciamento de projetos, por exemplo, deve considerar a adequação da ferramenta às metodologias ágeis bem como às mais tradicionais, alinhadas ao PMBoK, pois essas sempre terão seu espaço!