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Aceitei de bom grado o convite do Hayala para escrever sobre Gerenciamento de Projetos no portal da Seed Intelligence. Afinal, após muitos anos de vivência, a oportunidade de poder compartilhar e continuar aprendendo pareceu-me por demais motivadora, apesar da pouca prática de “escritor” e do costumaz comportamento de mineiro. Decidimos, então, que a Copa do Mundo seria o mote principal para o desenvolvimento inicial do assunto. E assim começamos.
O tema “Sucesso em Projeto” é a essência do Gerenciamento de Projetos. É por meio do gerenciamento eficaz que as possibilidades de sucesso são potencializadas. Tantos esforços, como os recursos humanos e financeiros e o tempo dedicado à finalidade principal de uma entrega bem sucedida – esse é o verdadeiro desafio!
É muito comum me perguntarem sobre exemplos de projetos de sucesso. Certamente temos muitos, apesar da famosa lei de Murphy “se algo pode dar errado, dará”, que muitas vezes é uma sentença assustadora e, pode sim, nos pegar desprevenidos.
Vejamos, então, a Copa do Mundo, a Copa das Copas para nós brasileiros, que está contagiando o mundo e torna-se um rico celeiro de exemplos (bons ou ruins), além de grande fonte para umas “Lições Apreendidas”.
Como medir o sucesso do Programa “Copa do Mundo”? Sim, “Programa” e não “Projeto”. “Programa consiste em um conjunto de propostas específicas e inter-relacionadas (projetos ou tarefas adicionais), que convergem para uma finalidade comum, segundo uma determinada estratégia abrangente”. [IPMA]
Ao elevar a Copa do Mundo ao patamar de programa, composto de diversos projetos, lança-se uma luz na questão. O Gerenciamento de Programa deve abranger 3 (três) dimensões, conforme [PMI 2006]:
1 – Gerenciamento de Benefícios;
2 – Gerenciamento de Stakeholders;
3 – Governança.
O foco principal de um programa é a obtenção de benefícios que tendem estar aderentes aos objetivos estratégicos. E quais seriam, então, os benefícios da Copa do Mundo no Brasil? Geração de 720 mil empregos, atração de 600 mil turistas estrangeiros e impactos econômicos de até R$ 142 bilhões são números que constam em estudos feitos por consultorias renomadas, a Ernest & Young e a Value Partners, que estimaram em 2010 os efeitos do Mundial da FIFA sobre a economia nacional.
O “Portal da Copa” reúne uma série de informações que detalham os investimentos feitos em várias frentes para o Brasil receber o Mundial e lista 50 benefícios para a nação brasileira. Certamente diversas metodologias estão sendo criadas para a apuração do resultado ao final do torneio e ainda existirão externalidades de difícil percepção no curto prazo.
Mas e a respeito das outras dimensões, como o Gerenciamento de Stakeholders e a Governança? Ficam pontos de interrogação. Como são conduzidas e com que resultado? Qual a relação dessas dimensões com o sucesso do Programa?
Ao aprofundar mais ainda no tema, sabemos que, naturalmente, tudo tem que ser obtido por meio de uma série de projetos inter-relacionados, como os de infraestrutura de comunicação, de construção/reforma de estádios, de construção/reforma de aeroportos e das obras de mobilidade urbana, cuja as entregas estão formando os pilares de sustentação do sucesso do programa. Então, torna-se um ponto muito importante, também, medir a performance de cada um dos projetos.
Enfim qual será o legado da Copa do Mundo?
E para o Gerenciamento de Projetos, como ficarão as “Lições Aprendidas”?
Certamente tem muito pano na manga para nossa reflexão e aprendizado.
Vamos em frente…