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Autorresponsabilidade na Gestão de Projetos

Tempo de leitura: 4 minutos

Já presenciou problemas na delegação de atividades em projetos? Precisou cobrar uma entrega e o responsável pela mesma desviou os olhares e buscou uma justificativa para o atraso?

Assumir a responsabilidade pelas tarefas, por seu papel no projeto e até mesmo pelo seu estilo de vida é fundamental para o individuo encontrar seu lugar na equipe. Importante evitar a transferência de culpa. A transferência de culpa é uma atitude muito comum, que muitos praticam sem sequer perceber. Tanto na vida pessoal quanto na rotina profissional dos projetos e, especialmente, quando ocorre algo negativo em nossas vidas.

O que é autorresponsabilidade?

Sendo direto, a autorresponsabilidade está associada à nossa capacidade de responsabilizarmos a nós mesmos por tudo aquilo que acontece em nossas vidas. Tanto aquilo que é positivo quanto o que é negativo, e também o que nos influencia direta ou indiretamente.

Segundo Paulo Vieira, autor do livro Autorresponsabilidade, é possível evitar a transferência de culpa e assumir a responsabilidade por sua vida. A diferença principal é a necessidade dedicação e aprendizado contínuo da Autorresponsabilidade, enquanto culpar os outros é sempre mais simples.

Exemplos da Autorresponsabilidade na Gestão de Projetos

O ambiente da Gestão de Projetos pode ser recheado de situações de transferência de culpa. Vamos a alguns exemplos?

  • eu teria entregue um projeto melhor, se meu patrocinador participasse mais do projeto, me dando o apoio necessário 
  • eu teria feito essa atividade com uma qualidade superior se minha equipe não fosse tão fraca;
  •  eu não me atrasaria para a reunião remota, se não fosse pelos problemas em minha câmera.

Agora, que tal modificar algumas palavras?

  • eu teria entregue um projeto melhor, se eu soubesse a importância de envolver mais o patrocinador e então conseguir o apoio desejado.
  • eu teria feito essa tarefa com uma qualidade superior se tivesse me organizado e delegado melhor cada função aos meus colaboradores;
  • eu não me atrasaria se tivesse realizado uma gestão mais eficiente do meu hardware e trabalhado soluções de contingência.

Viu como foi possível praticar a autorresponsabilidade apenas mudando a forma como expressar algumas situações corriqueiras da Gestão de Projetos? O profissional toma para si a responsabilidade sobre as condições positivas e negativas acontecidas nos projetos

Armadilhas da Autorresponsabilidade

De acordo com Paulo Vieira, existem quatro armadilhas que sabotam a jornada da busca pela autorresponsabilidade, confira o impacto de cada uma delas em nossos projetos:

Arrogância e prepotência: Quando você acredita que pode fazer algo que, na verdade, não pode. Quem está preso a essa armadilha diz “eu sou bom”, “eu sei fazer”, “eu já sei disso”.

Já passou por alguma situação em que você, ou alguém de sua equipe, tenha enfrentado problemas de qualidade nas entregas por não ter buscado ajuda?

Você não é uma ilha. O que você sabe é sempre pouco diante de tudo que ainda tem para aprender. E, por mais que você acredite que é capaz de fazer sozinho, você precisa de ajuda.

Paulo Vieira, O poder da Autorresponsabilidade

Vaidade : quando você determina as suas ações pela imagem que quer passar para os outros e não pelo que é certo ou benéfico.

Conhece algum profissional que tenha deixado de realizar algum treinamento em competências comportamentais de gestão de projetos porque tinha medo do que os colegas iam pensar?

A vaidade sempre será um dos maiores empecilhos para que alguém tenha sucesso verdadeiro, pois ela funciona como uma prisão, que o impede de fazer o que realmente precisa ser feito.

Paulo Vieira, O poder da Autorresponsabilidade

Atalho : quando você busca formas rápidas e fáceis de alcançar o sucesso ou ganhar dinheiro, seja por um passe de mágica ou um golpe de sorte.

Eu já presenciei profissionais que tentaram acelerar seus projetos, fazendo mau uso de técnicas de compressão de cronogramas, para tentar chegar antes ao “topo da montanha”. Não seja ingênuo: ninguém chega no topo por atalho. Para subir a montanha, você vai ter que trilhar o caminho e pagar o preço da escalada. Ou seja, precisa cumprir todas as etapas do projeto.

Como diz a sabedoria popular “se o atalho fosse bom, já teria se tornado o caminho; se o atalho fosse seguro, todos andariam por ele”. Só pessoas despreparadas acreditam no atalho como estilo de vida.

Paulo Vieira, O poder da Autorresponsabilidade

Zona de conforto: quando você precisa contar diversas desculpas a si mesma para não fazer o que deve ser feito e continuar tendo um comportamento prejudicial.

É preciso sair da zona de conforto para obter melhores resultados nos projetos. Um membro de equipe pode repetir para si mesmo que não consegue aprender novas línguas porque não tem tempo fora do expediente.

Quer entender um pouco mais sobre as competências comportamentais na Gestão de Projetos? Confira nossos outros artigos:

  1. A Vulnerabilidade como ferramenta do Gerente de Projetos
  2. Adaptabilidade e Comunicação-Não-Violenta na Gestão de Projetos
  3. Como manter a equipe motivada e criativa?